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Título: Obtenção de material genético de mogno (Swietenia macrophylla King) resistente à broca do ápice (Hypsipylla grandela) visando ao desenvolvimento da atividade madeireira de alta qualidade na região amazônica
Autor(es): Luis Antônio Serrão Contim
metadata.dc.publisher.institution: Centro Universitário Nilton Lins/ Fundação Nilton Lins
Tipo: Econômica Tecnológica
Ano do Prêmio: 2006
Classificação: Sem Classificação
Palavras-chave: Genética
Mogno
Descrição: O pau-rosa, Aniba rosaeodora Ducke var. amazônica, sinônimo Aniba duckei Kostermans, é um membro da família Lauraceae, intensamente explorada, principalmente entre as décadas de 1960 e 1980. Contim et ai. (2005) determinaram que o genoma de pau-rosa é representado por aproximadamente 2.3x109 pares de bases, distribuídos em 12 pares de cromossomos, número conservado para a maioria das espécies da família Lauraceae. O óleo essencial de pau-rosa possui grande demanda e alcança altos preços no mercado nacional e internacional (CLAY, 1992). É constituído em grande parte de linalol, um monoterpeno utilizado principalmente como fixador de perfumes finos na indústria de cosméticos (ALENCAR, FERNANDES, 1978). Em plantas, o linalol, associado a outras moléculas voláteis, está relacionado com a composição do aroma, principalmente de flores e frutos, em diversas espécies (LEWINSOHN et ai, 2001). A síntese do linalol ocorre por meio de uma reação de único passo, catalisada pela enzima Sintase do Linalol, a partir de geranil-pirofosfato (GPP), uma molécula intermediária da biossíntese de várias moléculas de terpenos em plantas (PICHERSKY et a.l, 1995). A enzima Sintase do Linalol foi o primeiro membro isolado da família “Sintase dos Terpenos” que catalisa a formação de um monoterpeno acíclico (DUDAREVA eia/., 1996). Mais recentemente foram confirmadas as atividades terapêuticas do linalol como anestésico local (GHELARDINI et al, 1999), antimicrobiana (INOUYE et ai, 2001; ROSA et ai, 2003; SIMIC et al. 2004) e repelente de insetos (dados não publicados). De modo semelhante, o mogno (Swietenia macrophylla King), é uma espécie florestal de grande valor comercial e também em franco processo de extinção (IUCN, 2004). A espécie pertence à família Meliaceae e é encontrada principalmente na Amazônia (LORENZI, 1996), sendo muito conhecida pelo seu rápido crescimento, adaptabilidade, forma do tronco ideal e madeira de excelente qualidade (GRIJPMA, RAMALHO, 1969). Apesar de possuir variabilidade genética significativa em suas populações naturais remanescentes, o mogno praticamente já desapareceu de muitas áreas reconhecidas como de ocorrência natural, estando em franco processo de extinção, em virtude principalmente da exploração desordenada, pelo alto valor da madeira, da sua baixa capacidade de regeneração e ao ataque da broca do ápice das Meliaceae, Hypsipylla grandela Zeller, Lepidoptera (LEMES et al., 2002, 2003; NOVICK et a!., 2003). Outro fator que agrava esse quadro é a correspondência da localização das populações naturais com a frente do desmatamento no sul da Amazônia (LEMES et al., 2002). Apesar de haver uma extensa área de dispersão, com cerca de 150 milhões de hectares, existe uma clara tendência para a diminuição do número de árvores de mogno, especialmente de dimensões comerciais. Alguns países da América Central apresentaram drástica redução das populações naturais (GERHARDT, 1996). Na Guatemala, a espécie está em perigo de extinção, assim como no Panamá, onde se encontra completamente exterminada em regiões acessíveis, de fácil exploração (PATINO, 1996). O governo brasileiro, reconhecendo o risco de extinção de algumas espécies, dentre elas o mogno, decretou, em 2000, a Lei n° 3.559, proibindo a exploração e comercialização de madeira dessa espécie proveniente de populações nativas. Os ataques frequentes da lagarta de H. grandella se constituem a barreira crítica para o sucesso do estabelecimento da espécie em plantios comerciais. A larva da Lepidoptera alimenta-se da gema apical, destruindo-a, retardando o crescimento e induzindo a formação de numerosos ápices secundários, deformando e bifurcando o tronco, chegando ocasionalmente, caso o ataque seja intenso, a causar a morte da planta (PEDROSA-MACÊDO, 1993).
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